Análise de Dados – UT3/Anabela Antunes
A terceira unidade de trabalho consiste na análise das formas naturais e artificiais através da representação de uma parte do corpo humano, os pés.
Esta unidade de trabalho está dividida em quarto percursos: o primeiro (P1) é a realização desta mesma Análise de Dados; o segundo (P2) é a execução de registos livres/esboços expressivos, recorrendo à linha e à mancha (grafite/cor); o terceiro (P3), é a realização de registos lineares analíticos, visando a proporção e recorrendo às linhas de construção e de contorno; por último, o quarto (P4) é o registo fotográfico dos trabalhos.
“Através dos esboços treinamos a nossa capacidade de observação, treinamos os nossos gestos e aprendemos a explorar os efeitos visuais do desenho.”(1)
Os esboços são a preparação para os registos analíticos. Para conseguir desenhar racionalmente o modelo fornecido, deve-se primeiro o “estudar” através dos esboços. Estes pretendem-se rápidos, de traçado livre, expressivos. Não deverá haver preocupação em desenhar exactamente o que se vê, mas sim, explorar de um modo criativo as formas, texturas e pormenores do modelo, através dos diferentes elementos da linguagem plástica (linha, ponto).
“A textura é o aspecto de uma superfície ou seja, a pele de uma forma, que permite identificá-la e distingui-la de outras formas.” (2)
Criar uma textura é possível através de pontos e linhas ordenados de modo a criar sensações visuais de relevo, bidimensionalidade e de claro-escuro (sombras): por exemplo através da “concentração, dispersão ou dissolução dos pontos” (3) ou de linhas “contínuas, descontínuas, quebradas, curvas, onduladas, etc.” (4)
“A luz revela as formas, explica os contornos dos sucessivos perfis que se percepciona quando, em movimento, estes se vão alterando perante o olhar, mostrando o lado oculto dos objectos.”
(5)
A mancha, ou modulação das formas tem como finalidade, a criação de volume, ou seja de tridimensionalidade. As gradações claro-escuro são conseguidas através do contraste entre uma grande variedade de tons, estas alteram-se consoante a intensidade e direcção da luz (luz-sombra).
O que caracteriza a expressividade dos esboços são os diferentes tipos de traço – “a sua espessura, velocidade e direcção de registo-andamento.” (6). Pelo que através de um traçado despreocupado, livre, mais lento ou rápido, mais grosso ou fino, horizontal ou vertical, vai-se conseguir obter um registo expressivo.
1 RAMOS, Elza PORFÍRIO, Manuel, 2003, pág. 146
2http://ensinarevt.com/conteudos/textura/index.html
3 RAMOS, Elza PORFÍRIO, 2007 , pág. 126
4 Idem, pág. 128, expressão adaptada
5 Ibidem, pág. 136
6 RAMOS, Elza PORFÍRIO, 2003, pág. 83
Os registos lineares analíticos subdividem-se:
– em linhas de construção, são as linhas de apoio para conseguirmos obter a forma pretendida, a linha de contorno. São linhas de decomposição do sólido para que possamos obter um registo proporcional. É habitual o uso de grafites/lápis 2H;
– em linhas de contorno, são linhas contínuas, que fazem com que no traço se “reconheçam objectos reais ou imagens coerentes.”(7) Neste tipo de registos é fundamental a “relação de medidas entre as diversas partes entre si e o todo” (8), ou seja, a representação correcta das proporções em relação ao modelo. Usa-se grafite/lápis 2B.
O modo como se organiza os elementos visuais no suporte vai influenciar a sua interpretação. A composição plástica, no caso desta unidade de trabalho, deverá ser equilibrada e harmoniosa, para isso os registos não devem ocupar mais que 1/3 das folhas A3.
Os meios actuantes utilizados são as grafites/lápis e material de cor. As grafites ou os lápis permitem “uma análise exaustiva do objecto, um exercício de observação, um estudo rigoroso técnico ou um esboço de apontamento rápido.” (9) A expressividade é conseguida através da “combinação de várias durezas de lápis, do modo mais ou menos afiado na ponta, da inclinação e força empregue.” (10)
A cor possui três particularidades elementares:
– Intensidade ou saturação, que corresponde ao grau de pureza da cor. “As cores mais saturadas são as possuem pigmentos mais puros. A saturação das cores diminui com o acréscimo de outros pigmentos.”(11);
– Tom ou tonalidade, refere-se à própria cor. “Os diferentes matizes de uma cor formam uma tonalidade.”(12);
– Luminosidade ou valor, que corresponde “ao grau de claridade ou obscuridade das cores.”(13)
É através de contraste de cores que se dá expressividade e se salienta alguns registos. Existem diferentes tipos de contrastes de cor (claro-escuro, quente-frio, complementares, entre outros). As cores complementares, por exemplo, “se exaltam mutuamente, quando colocadas lado a lado.”(14)
Os materiais de cor mais usados são:
– os lápis de cor;
– os pastéis;
– as aguarelas;
– e os marcadores.
Basta um único tom para que, com um único lápis de cor, se conseguir obtenha uma grande variedade de tonalidades e assim criar texturas e o efeito de volume (tridimensionalidade). Isto como consequência da “sobreposição dos traços, a intensidade, gradação, incisão e texturização, obtidas pelo traço e mancha”(15).
7 RAMOS, Elza PORFÍRIO, 2007, pág. 176
8 RAMOS, Elza PORFÍRIO, 2003, pág. 208
9 RAMOS, Elza PORFÍRIO, 2007, pág. 36
10 Idem, pág. 37
11 Ibidem, pág. 127
12 Ibidem, pág. 127
13 Ibidem, pág. 127
14 LOPES, Manoel Educação Visual 1, 7º Ano, pág. 90
15 RAMOS, Elza PORFÍRIO, 2007, pág. 41
Os pastéis “são um material dúctil, nobre, maleável, que se funde e adere ao papel”(16) muito facilmente. Com estes, “o artista pode pintar cores claras sobre escuras”(17), pode “esfumar-se com os dedos”(18), e devido à sua ductilidade, a transição e fusão de cores é facilitada.
As aguarelas são um material extremamente difícil de dominar. Com estas, convém primeiro usar os tons mais claros e só depois os mais escuros. A cor pode ser moldada consoante a quantidade de agua que se utiliza: quanta mais água possuí, mais clara é a tonalidade.
Os marcadores, embora seja impossivel de corrigir depois de a tinta ser depositada na folha, possuem uma vantagem: “produzem traços homogéneos quer em espessura quer em cor”(19)
O suporte, neste caso o papel, varia consoante a sua gramagem e textura. Este “aliado aos diferentes tipos de traços, permite obter efeitos variados e expressivos.”(20) O papel deve ser escolhido consoante o material que se usa, por exemplo “os papeis para desenho a lápis de cor e de cera devem ser granulados”(21), para desenho a aguarela os papeis “são geralmente pesados, brancos e rugosos, muito absorventes e gelatinosos, de grão médio ou fino.”(22)
16 M. PARRAMÓN, José, pág. 50
17 Idem
18 Ibidem
19 http://desmat.no.sapo.pt/mit_grafite.html#feltro
20 RAMOS, Elza PORFÍRIO, 2007, pág. 32
21 Idem, pág. 32
22 Ibidem, pág. 33
Bibliografia consultada
WINSLOW, Valerie L., Classic Human Anatomy, Watson Guptill 2009
RAMOS, Elza PORFÍRIO, Manuel Educação Visual, 7º/8º/9º Anos, 1ªEdição, Porto, Edições ASA 2003
RAMOS, Elza PORFÍRIO, Manuel Manual do Desenho, 10º Ano, 2ª Edição, Porto, Edições ASA 2007
RAMOS, Elza PORFÍRIO, Manuel Manual do Desenho, 11º Ano, 1ª Edição, Porto, Edições ASA 2005
RAMOS, Elza PORFÍRIO, Manuel Manual do Desenho, 12ª Ano, 1º Edição, Porto, Edições ASA 2006
LOPES, Manoel Educação Visual 1, 7º Ano, 3ª Edição, Porto
M. PARRAMÓN, José, Como Desenhar, 1ª Edição, Lisboa, Editorial Presença, 1992
Bibliografia citada
RAMOS, Elza PORFÍRIO, Manuel Educação Visual, 7º/8º/9º Anos, 1ªEdição, Porto, Edições ASA 2003
RAMOS, Elza PORFÍRIO, Manuel Manual do Desenho, 10º Ano, 2ª Edição, Porto, Edições ASA 2007
LOPES, Manoel Educação Visual 1, 7º Ano, 3ª Edição, Porto
http://ensinarevt.com/conteudos/textura/index.html, acedido a 27 de Outubro
http://desmat.no.sapo.pt/mit_grafite.html#feltro, acedido a 9 de Novembro
Sites consultados
http://desmat.no.sapo.pt, , acedido a 27 de Outubro de 2009
http://ensinarevt.com/conteudos/textura/index.html, acedido a 27 de Outubro
http://desmat.no.sapo.pt/mit_grafite.html#feltro, acedido a 9 de Novembro
ESBOÇOS_____
DESENHO ANALÍTICO________________________________
VOLUME COM COR______________________________________________________________________________
Trabalhos fantásticos.